segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

O relógio não para. Pensamentos rodam.

Enquanto eu caminho, posso ir a diversos lugares.. Afinal, eu tenho um mundo de possibilidades. As vezes eu penso: qual será o meu destino? qual será o meu final? porque estou passando por isso? o que será que a vida me reserva? terei que chorar mais quantas noites? Estranho, em torno dessas perguntas gira um filme de tudo o que eu já vivi .. brincadeiras, sorrisos, palavras .. músicas, lugares que passei e que me remetem a alguma lembrança. Você já passou por um lugar e disse: é .. tal dia eu tava aqui.. vim correndo ansiosa só pra poder estar com alguém.. Não consigo me arrepender, porque por mais esforço que eu houvesse feito, era compensador o sorriso que eu recebia, os momentos que eu passava.
Esperar tem sido meu destino. Só espero dias melhores, dias nos quais eu páre de esperar e chegue algo que mude minha vida, mais uma vez, novamente. Enquanto isso, eu só espero. Esperar não é suficiente, fazer a esperança virar realidade é de cada um, e somente você pode mudar seu destino. Eu ando, tentar mudar o meu, eu começo a agir.. eu falo o que tenho no peito, eu exponho meus sentimentos, talvez eles façam diferença para quem os ouve.. Muitas vezes magouo pessoas por sempre tentar, muitas vezes erro tentando acertar.. mas a verdade? Eu já não sei mais esperar.
Bravura? acho que não seja socar paredes, muito menos bater em qualquer um. Bravura não é beber alucinadamente, nem enfrentar coisas perigosas sem motivo. Bravura é correr atrás do que se quer e de quem se ama, mesmo que você saiba que não haverá retorno, não fará diferença seus esforços. Bravura é entrar numa casa em chamas, mesmo sabendo que não dê pra sair, isso só pra poder ficar junto de quem se ama. É, eu já fui bravo um dia.
Assim como o sol que renasce a cada manhã, eu voutentando me esquecer da dor de não ter. É o tipo de dor que não pode ser sentida, pois não pode ser explicada, quanto mais compreendida. E apesar da dor, eu tento não chorar. Afinal, minhas lágrimas não farão os barcos voltarem para os portos, ou alguém voltar pra mim. E no passar do dia, no mudar das estações e no cair das folhas, tudo vai mudar. Pois eu sei que, quando o relógio rodar, eu serei mais forte, mais experiente e, se tiver um pouco de sorte, também estarei mais independente, não fincanceiramente, mas sim emocionalmente.
As ondas vêm e vão, assim como as pessoas na minha vida. Mas somente o sol vêm todos os dias, assim como é em alguém que eu penso todos os dias. Mas e se o sol não mais nascesse? O que seria da minha vida? E se eu nunca mais visse esse sol? Como eu me sentiria? O mar pode quebrar, pois minhas rochas são fortes, mas minha areia se aquece quando o sol aparece, e aqui fico eu. Sou areia, sou rocha, sou nada e tudo, sou o ar que algumas pessoas respiram e sou a mais pura essência da vida. Eu sou o amor. Eu sou o melhor de mim para aqueles que amo, para quem eu amo.
Eu andei, andei muito e, quase sempre, sem destino. Numa dessas andanças eu conheci aquilo que viria a me atormentar por todo o resto da minha caminhada. Um tormento viciante, um tormento que me faz bem, e que talvez me faça mal quando percebo que não tenho mais em mãos.. E eu sabia que se eu ficasse eu não seria mais um andarilho, eu sabia também que de nada andiantaria ficar, pois não iria me acompanhar mais, apesar de tentar timidamente me pedir pra permanecer ao lado seu. Mas eu ando, saio a noite e sempre acho uma peça aqui outra ali, mas nenhuma de brilho tão raro, de beleza tão pura e de coração tão gentil. Nenhuma peça capaz de me conquistar tanto, de fazer com que eu amasse. E convenhamos, eu sei o que quero! Eu quero minha peça! Aquela que parece ter sido feita especialmente pra mim, que se encaixa em mim.. Mas onde será que ela está? Já fez um tempo em que a tive. Outro já a levou.. Talvez tenha o servido tão bem quanto para mim.. Acabando assim com minhas esperanças, mas mesmo assim precisava da tentativa, precisava me certificar que ela não estava mais realmente lá para se encaixar em mim.. E qual foi minha surpresa? Ela não brilhava como antes, não emanava mais sua beleza. Parecia opaca, distante, fria e, o mais terrível: vazia. Não de beleza, afinal isto nunca lhe faltou. Lhe faltava um diferente amor, lhe faltava carinho intenso, como aquele que eu sempre me pus disponivel a dar.
Então eu voltei.. Sempre que podia, eu ia e cuidava dela do meu jeito de sempre, eu queria lhe ajudar a recuperar a antiga vivacidade, consegui fazer com que brilhasse novamente por um tempo, mas foi só. Bela surpresa quando um dia novamente tomaram-na de mim repentinamente e ao deixarem-na cair no chão, tal peça se quebrou e eu ao tentar juntá-la, minha mão cortou. Que outrage, que terrível! O único que verdadeiramente que se preocupou com ela, o único que lhe tratou como deveria, foi traído pela sua única razão de retorno e de estada, coisa inédita até então. Pois bem, era aquilo que tal peça quebrada queria, então que a tenha! Seja feita sua vontade. Que se contente, eu poderia dar-lhe o mundo! Que seja feliz, junto com seus semelhantes, peças que um dia foram objetos únicos e de total razão para se viver, mas que agora são somente mais um item para os que possui, porque com o tempo, quem as tem não cuidará com todo o zelo que poderia ser cuidada, como eu cuidaria. Agora, tento fazer com que passe desperçebido pelos meus olhos, pois me retirado por próprio desejo, removido de mim e execrado de um lugar que poderia ter sido de honra...
E as espadas brilharam, mais um vez. E os homens padeceram, mais outra vez. E tudo se foi, não teremos outra vez. Será que ainda temos tempo de ter tudo? Será que poderia acreditar em mim, só mais uma vez? Eu viajei, eu mudei, eu já estive aqui, mas aqui não sou mais eu. E se você.. Não, não mais você. Eu que tinha uma vida brilhante como o sol. Logo eu. Logo aquele que seria um líder, logo eu que tinha o mundo pra conquistar, fui conquistado. E perdi a única coisa que me fazia continuar.
Fim de tarde, Pôr-do-sol. Eu, só eu. Minha praia, um mar só pra mim. O que fazer? Me afogo? Nado até perder as forças? Ando pela areia e ouço as ondas quebrando?. Eu já nem sei dizer, afinal eu não sei o que fazer. Sentado nesse banco, com um cachorro vadio a meu lado, começo a lembrar. Lembro dos beijos.. Abraços, carinhos.. Era de uma doçura inimaginável. Nem mesmo em meus mais belos dias de poeta ou pintor traduziria tudo que sentia naqueles momentos. Ainda preciso de mais tempo, na minha vida tudo vai embora muito depressa. Tudo acontece tão rápido, que nem bem tomei um porrada e levantei, veio mais uma pra me nocautear. Mas eu não me deixo cair e levanto mais uma vez, porque porrada eu já tomei muitas na vida, mas nunca desisti porque algo em mim me faz insistir sempre naquilo que amo ou quero.
Sentado aqui na frente do mar, eu penso. Eu revivo. Eu imagino. E eu vejo que tudo que passou, meus sentimentos e sua imagem me dizendo o que foi falado naquela noite. Ninguém sabe como é isso. Sou uma mudança que anda, que corre desesperado por uma vida, que agora foge do amor, apesar de ter tantas oportunidades, apesar de saber que tantas outras pessoas me adoram, me amam até, sei que como um verdadeiro apaixonado só serei feliz quando souber que você estará lá por mim. Não me deixe, não me desaponte, eu já andei e já cai, mas agora eu sei que mesmo a um passo do precipício, o melhor a fazer é parar e pensar no próximo passo. Seja ele pra frente ou pra trás.

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